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O novo funil do Google – Entenda o 4S e os mapas de influência

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Eu sei. Você já deve ter esbarrado por aí no novo modelo de “funil” do Google+BCG. Mas ainda não teve tempo de entender a fundo. Acertei? Você não está sozinho: as informações ainda são escassas. Fizemos um primeira leitura para te apresentar o tema.

Você deve ter visto estes gráficos do Google circulando por aí nos últimos dias.

Mas antes, o Funil nunca foi um só …

O funil é um bisavô centenário. Ao longo do tempo, vários autores criaram suas próprias versões, cada uma influenciada pelo contexto. Por isso, pode ter significados diferentes, para diferentes pessoas. Aqui uma tabela, que considero como os principais modelos e evoluções:

Ano Autor Conceito e contribuição
1898 (?)Atribuído a Lewis AIDA – Estrutura clássica de Atenção, Interesse, Desejo e Ação. Base para todos tipos de mensagem comerciais até hoje.
1920TownsendProvavelmente foi o primeiro a colocar a metafora visual do funil no modelo AIDA
1961Lavidge e SteinerMudou para o ponto de vista da marca / mercado (Consciência → Conhecimento → Gostar → Preferência → Convicção → Compra). Ótima escala para medir Brand Awareness.
1966SchwartzCopywriter que criou padrões de comunicação para cada nível de consciência do consumidor.
Anos 2000+ InboundTOFU–MOFU–BOFU – Estrutura de conteúdo baseada em intenção de busca do consumidor.

Novo hábito de consumo: os 4S

Nos últimos anos, o Inbound Marketing se tornou o modelo dominante — hoje, 91% das empresas brasileiras já o utilizam (Panorama RD, 2024). Esse modelo surgiu em um contexto onde a busca ativa era o principal comportamento de consumo: Você tinha uma dúvida? Ia ao Google. Queria comprar algo? Também.

A busca já não é mais a rainha da jornada de consumo. E o mais curioso é que quem está tentando nos alertar sobre isso é justamente o Google.

  • Em 2020 lançaram o artigo sobre “Messy Middle” ;
  • Em janeiro de 2025, a BCG publicou um artigo intitulado “It’s Time to Move Beyond the Linear Funnel” , propondo trocar o funil por “mapas de influência”
  • Em março, o Google publicou no mundo um artigo falando sobre o modelo da BCG e incentivando o uso.
  • E em abril, o tema ganhou ainda mais força com o evento presencial do Think with Google.

O modelo propõe três principais momentos de comportamento, além da busca:

  • Scrolling → O consumidor está navegando passivamente, descobrindo sem intenção explícita.
  • Streaming → Está consumindo conteúdos de interesse, mesmo sem buscar ativamente.
  • Searching → Aqui sim, ele realiza buscas ativas por temas e soluções.
  • Shopping → Já está em modo de compra, comparando e decidindo.

A mensagem por trás desse modelo é clara: A jornada não acontece mais só pela busca. O consumo de conteúdo, a influência dos algoritmos e os feeds infinitos remodelaram a jornada — e, com isso, o marketing também precisa se adaptar.

Como usar os “Mapas de Influência”

A ideia central é que, em breve, os Mapas de Influência sejam gerados por IA. O próprio Google provavelmente já está adaptando seus produtos para essa lógica.
É dificil saber como o modelo de fato funciona. De forma conceitual, parece que eles são feitos assim:

  1. Mapeie todos os pontos de contato entre cliente e marca.
  2. Avalie cada ponto de contato com base em dois critérios principais:
    • Influência: o quanto esse ponto realmente pesa na decisão de escolha de marca?
    • Alcance: quantas pessoas prestam atenção nesse canal — e qual é o nível de presença de outras marcas?
  3. Crie uma matriz (nos moldes da Matriz BCG), que ajude a priorizar os pontos mais relevantes:
    • Vitais (Must-win): alto alcance e alta influência.
    • Impulsionadores de Influência: pouca escala, mas alto impacto.
    • Impulsionadores de Alcance: muito volume, pouco efeito.
    • Tangenciais: baixo impacto e baixo alcance.
  4. A partir disso, analise quais comportamentos (scrolling, searching, streaming, shopping) são mais relevantes em cada estágio da jornada — que agora foi simplificada em três fases: Conhecimento, Consideração, Ação.

O que mudou?

AnoAutorConceito e contribuição
2025BCG + GooglePropõem analisar a influência de cada ponto de contato e o peso de cada comportamento, substituindo a lógica linear por uma visão mais contextual da jornada.

Minha opinião sobre o modelo:

  • De um único funil por marca/persona → para múltiplas jornadas por comportamento
    Em vez de desenhar um funil por persona o produto, o foco passa a ser entender padrões de navegação e decisão. E desenhar quantos “funis” forem necessários, para cada padrão de consumo (ex; “Caçadores de Promoção”).
  • De um fluxo linear → para múltiplos pontos de contato
    Não se mede mais quantas pessoas avançaram de uma etapa para outra, mas sim quais pontos de contato podem ser decisivos.
  • De volume → para influência
    O objetivo não é mais ampliar o topo do funil. Agora, a prioridade é encontrar os pontos de contato de maior impacto e investir neles.

Todos já percebemos que os padrões de consumo mudaram e o modelo dos 4S ajuda a mostrar que já não basta pensar só em intenções de busca.

Já no mapa de influência, a principal contribuição, por enquanto, é a matriz de priorização dos pontos de contato. Esse conceito já permite repensar onde concentrar esforços e medir como as pessoas realmente compram — não como gostaríamos que comprassem.